Boris Leonidovich Pasternak é sem dúvida uma das maiores figuras da literatura russa do século XX. Iniciando sua carreira como poeta futurista, Boris Pasternak se afastou desse gênero, sem compartilhar os slogans sobre o isolamento do trabalho das figuras do século XIX, o que permitiu ao autor revelar seu estilo original. Suas letras são cheias de penetração, imagens e o poema "Não haverá ninguém na casa", escrito em 1931, pode servir como exemplo disso.
História da criação
O poema foi publicado em 1932 como parte da coleção "Segundo Nascimento". É dedicado ao período da vida de Pasternak, que pode ser caracterizado por relacionamentos amorosos vívidos e de longo prazo com Zinaida Neigauz, que se tornou sua esposa no ano em que o livro foi publicado. No momento do surgimento dos sentimentos, os amantes já estavam em seus próprios casamentos, e o marido de Zinaida - pianista Heinrich Neigauz - era um amigo íntimo de Boris Leonidovich. O rompimento com antigas famílias causou as difíceis experiências do poeta, refletidas nesse poema.
As relações com Zinaida Neigauz foram as mais longas da vida de Pasternak. Mesmo após a separação dos cônjuges (após o início do romance do poeta com Olga Ivinskaya), Pasternak não se atreveu a romper relações com sua esposa, e ela permaneceu com ele até sua morte em 1960.
Direção, gênero, tamanho
Na época em que escrevia o poema, Pasternak já havia se posicionado como um poeta que estava "fora dos grupos", o que é sentido no tema e na construção da obra, que está extremamente longe das idéias do futurismo e do modernismo. O poema é um excelente exemplo de letras de amor inspiradas nas obras dos clássicos da Idade da Prata. No entanto, é desprovido de sentimentalismo e romance frívolo, características da literatura da época.
"Não haverá ninguém na casa" foi escrito por uma coreia de um metro e oitenta; sua estrutura é caracterizada pelo uso de uma rima cruzada pelo autor. O uso desse tamanho permite que você atinja o ritmo necessário que imita o batimento cardíaco de um herói animado.
Imagens e Símbolos
A imagem do herói lírico do poema é um homem confuso, profundamente imerso em seus pensamentos e experiências. A principal condição que o personagem está enfrentando é a solidão. É nutrida pelo sentimento de culpa de um homem (separação de Pasternak com sua primeira esposa), a incerteza sobre o futuro gradualmente se transforma em um estupor mental. O herói é cercado apenas pelo silêncio e pela escuridão, na casa, além dele, não há nada e ninguém, exceto o crepúsculo.
A primeira metade do poema é desprovida de qualquer ação, destina-se a criar a imagem de uma pessoa solitária e perdida, profundamente imersa em si mesma. No entanto, na segunda parte, após o momento em que o personagem pensa nas razões de suas experiências, o autor introduz o símbolo de esperança do herói - sua amada. Sem descrevê-lo em detalhes, Pasternak cria apenas uma imagem que deve criar ressonância com tudo o que nutre a atmosfera desconfortável que mergulha o herói em seus pensamentos sombrios. A aparência do amado simboliza a fé do homem em um futuro melhor. O final do poema está aberto, então as esperanças do herói permanecem suas, o que acrescenta sensualidade ao trabalho.
Temas e humor
O tema principal do trabalho é o tema do amor. Pasternak estava profundamente preocupado com a situação que surgiu após o rompimento de amantes com suas antigas famílias, e essa situação é um dos principais motivos de preocupação do poema. O herói se repreende pelos eventos que estão acontecendo, é inseguro quanto ao seu futuro - tendo abandonado o passado, ele está no limbo, duvida da exatidão de seu ato.
O tema da solidão também é óbvio: na luta consigo mesmo, ele é um a um, e ninguém pode ajudá-lo a fazer uma escolha.
O humor do poema muda da solidão pesada, quase crescendo em desespero, para a aparência de um sentimento de esperança que salva o herói de seu confinamento interior.
Idéia
A idéia principal do poema é o renascimento espiritual do herói lírico. Pasternak diz que, por mais difícil que seja a situação, sempre há esperança para um futuro brilhante. Descrevendo sua profunda perdição e solidão, ele mostra que a imersão em si mesmo pode tirar uma pessoa da vida, colocá-la trancada e com chave, e a esperança é o que lhe permite sair de sua jaula interior.
O significado do trabalho no triunfo do amor sobre as dúvidas, a solidão e o arremesso emocional de uma pessoa. ELA chega e tudo ao redor, até o inverno, assume contornos suaves, leves e agradáveis, cores mágicas. Tudo o que havia antes desta paróquia era um sonho, cuja última névoa derreteu durante a noite.
Meios de expressão artística
Um grande número de epítetos ajuda a transmitir o humor do poema, descrevendo o ambiente em torno do herói - ele está sozinho em casa, tudo ao seu redor cria uma atmosfera desconfortável e inquieta na qual a pessoa experimenta toda uma gama de emoções - desde o desespero que se alimenta de sua solidão até o sentimento de esperança que um personagem tem ao pensar sobre a aparência de sua amada.
A pastinaga usa detalhes característicos da estação do inverno, como neve, frio, geadas, com a ajuda de obter o efeito de vazio, dormência interna, enfatizando o isolamento, o caráter perdido do protagonista.
Uma grande quantidade de cor branca nesta descrição fornece o valor de uma tonalidade "fria". Além disso, o autor usa ativamente a anáfora, como “e novamente envolve a geada e, novamente, envolve-me ..”, “e novamente ereta ..” para criar um sentimento de desesperança e subsequente contraste com a segunda parte do poema.
Além disso, para enfatizar as imagens do poema, Pasternak usa metáforas como “tremores de invasão”, “mosca a olho”, o que permite ao leitor mergulhar mais fundo na atmosfera da obra.
No entanto, no momento da aparição do herói amado, o autor atribui à cor branca um personagem diferente - agora ele simboliza luz, simplicidade, mais uma vez enfatizando a associação da heroína com a esperança do protagonista, sua fé no futuro.